segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

fuck you

Whats wrong whats wrong
with all the shit we live?
whats wrong with us?
we are all dying a little every fucking single day
and we don't even care about it

we don't care anymore for each other
is just I, I, I
is just what I want
What I have it
What I talk
What I love
What I am
I I I

close your eyes for a second
what do you see?
a complete darkness
there's nothing around you
just the dark

You are nothing inside this dark
just a fool with eyes closed

Stop of being so idiot
so stupid
think a little before split your cruel and rotten words

you are being destroyed by yourself


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Os 20 e tantos

LEIA ESCUTANDO:


Essa é uma espécie de carta/rascunho que quero ler daqui 2 anos, nessa mesma data. Por isso vou postar por aqui.
Há 1 semana e meia pro meu aniversário eu tenho estado um pouco introspectiva e pensativa a respeito de quem eu sou. Quando eu tinha 12 anos eu queria ter 15, quando eu tinha 15 queria ter 18, e desde os 18 eu só quero voltar a ter 5. Confuso, porém real.
Aos 20 anos eu tinha algumas certezas, porém nenhum plano. E assim se seguiu até esse último mês de 22 anos.
Todas minhas certezas estão incertas. Os planos e sonhos que a depressão tirou de mim estão voltando, porém tem um grande, enorme, gigantesco ponto de interrogação acompanhando eles.
Tem dias que eu acordo com a completa certeza de que esse mundo é meu e que ninguém pode comigo. E tem dias que eu entro no banheiro da starbucks e choro em posição fetal implorando pra voltar a ser criança e ter minha mãe e meu pai administrando minha vida, já que eu não dou conta sozinha.
Quando era criança achava que aos 23 estaria casada, com filho e uma carreira de sucesso.
Aos 23 eu tenho contas pra pagar e um hamster.
Eu só sei que não sei de mais nada. Não estou tendo mais paciência pra balada e show (até semana passada tava louca indo pras duas coisas), logo eu, a aquariana festeira. As músicas pop que eu amava estão me irritando, não tenho paciência pra acompanhar textão polêmico no facebook.
Quando conheço alguém não me entrego de primeira mais, e se alguém se afasta não fico mais choramingando pelos cantos, antes era: AI FULANO ME ODEIA, NÃO SEI O QUE EU FAÇO VEM CÁ FULANO DEIXA EU ENCHER TEU EGO E IMPLORAR PELA TUA AMIZADE. Agora é mais: ah tá, vai pela sombra.
Tenho me escutado mais e conversado mais comigo.
Tenho me conhecido mais e parado de me forçar a fazer o que não quero.
Cansei de me deixar ser tão machucada, porque depois quem fica aqui pegando os caquinhos e passando o merthiolate da vida nas feridinhas ~emocionais~ sou eu mesma, então tenho tentado me poupar desse trabalhão todo (a técnica de enfermagem do futuro agradece, já que ainda vai ter muita feridinha física pra sarar pra vir por ai hehehe).
Hoje eu tô com um post-it lindo com planos e metas traçados. Eu não faço isso desde os 19 anos.
Eu tô muito feliz? Tô. Eu tô muito confusa? Tô sim. Tô demais.
Eu tenho medo das tristezinhas que ainda me afligem do nada no dia-a-dia, mas eu tô encontrando uma força gigantesca aqui dentro de mim pra lidar com elas. 
Estou me sentindo do jeitinho que Alice se sentiu em toda sua jornada pelo país das maravilhas, diminuindo e crescendo o tempo todo, porém maravilhada e atordoada ao mesmo tempo com tantas mudanças.
"Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então."
É Alice, eu te entendo. 
Hoje estou em um dos meus dias de achar que esse mundão é todo meu.
E deve ser mesmo.
Vamos ver o que ele tem pra me oferecer.
Espero poder receber boas novas, (Brenda de quase 25 anos). Nos vemos no futuro <3



segunda-feira, 4 de abril de 2016

Sobre distâncias



Sabe mãe, esse último ano longe de você me fez entender algumas coisas que eu como criança nunca entenderia, se não fosse a vida acontecer e nos afastar da maneira que nos afastou.
Quando eu era pequena, nunca entendi porque em algumas semanas você ficava mal humorada ou desanimada, ficava um pouco confusa quando eu acordava mais cedo e você me chamava pra deitar com você e dormir um pouco mais, e você decretava que aquele seria um dia preguiçoso, decidia que íamos assistir um filme e comer qualquer coisa fácil de se cozinhar no almoço. Pra mim era uns dias legais que eu passava com você, mas agora eu fui entender que você tava triste e precisava da minha companhia pra te distrair um pouco da sua tristeza. Eu entendo sua tristeza agora. Eu entendo que era saudade da sua casa. Eu entendo que você se sentia sozinha longe da nossa família, mesmo quando tinha eu e meu pai de companhia.
Eu também não entendia porque quando voltávamos da casa da vó Cida você passava o dia seguinte inteiro deitada, e a semana seguinte desanimada e um pouco mal humorada. Semana passada pra mim foi horrível também. Agora eu entendo o terror que é voltar de uma casa que te traz segurança, e que você é cuidada e amada, para a realidade da vida adulta de ter que cuidar da sua própria casa e de você mesma. E devia ser ainda pior pra você que tinha que além de cuidar de si, ter forças pra cuidar da pessoinha que escreve esse texto aqui. Eu não sei se conseguiria (já é difícil demais lidar comigo sozinha).
Eu entendo o que é sentir falta de uma comida, de um cheiro, de um colo de um abraço.
É difícil ter que ver uma criança como a nossa menininha crescer através de fotos, vídeos e áudios.
Eu ainda não me acostumei a ficar doente sem você, sempre que começa as crises de tosse de madrugada, eu fico esperando inconscientemente que você entre no meu quarto com um xarope nas mãos, uma pomada pra passar no meu peito, e um beijo de boa noite, mas nada acontece, só escuto o silêncio do lado de fora, e ai eu sei que seguida dessa crise de tosse, vem a crise de choro.
É difícil em alguns dias sair do trabalho tão cansada e desejar apenas poder chegar em casa e te encontrar com o café recém coado me esperando pra gente tomar uma boa xícara de leite e jogar conversa fora enquanto você prepara a janta.
Sinto falta até das nossas brigas. Aquelas nossas brigas de quando você me proibia de sair pra algum lugar e eu ficava de bico no quarto achando que meu mundo ia acabar.
 Ahhh a adolescência, hoje eu juro que faria de tudo pra voltar no tempo e te agradecer por ter me feito ficar em casa, faria de tudo pra ter aproveitado e te puxado pro sofá pra assistir qualquer filme que você quisesse assistir.
Ah mãe, mas a gente só aprende com a dor mesmo.
Eu sei que cada viagem pra sua casa vai ser uma memória boa e nova daqui pra frente, sei que cada encontro na rodoviária vai ser uma amostra do que é o Paraíso, e sei que cada despedida vai parecer o inferno no meu coração.
Mas eu sei que cada dia que passa eu vou continuar te amando mais e mais, vou continuar procurando maneiras de consolar meu coração saudoso, meu eu-criança que tanto chora todos os dias querendo colo e uma xícara de leite quente.
Sei que a gente sempre vai ser assim, desajeitada com toda essa distância, mas sei que nossos corações vão estar pra sempre ligados um ao outro. 
Eu sei que toda noite posso olhar pro céu e ter a certeza que você também tá olhando pro mesmo céu que eu, e isso me traz conforto, em saber que não estamos tão longe assim.
Continuamos ligadas pelo mesmo coração e pelo mesmo céu.

"Por quanto tempo eu vou te amar?
Por tanto tempo quanto as estrelas estejam acima de você
E por muito mais tempo, se eu puder..."
<3





segunda-feira, 28 de julho de 2014

Entre lágrimas

O grande problema sou eu.
Eu morri por dentro.
perdi tudo que eu tinha
se é que eu já fui alguém
se um dia eu já fui alguém, eu perdi até isso
perdi sozinha
perdi entregando tudo que eu tinha pra quem não sabia cuidar do que estava recebendo
eu tinha muito
tinha muita alegria
muito amor e carinho pela vida e pelas pessoas
era intensa
gostava de dar pra quem não tinha um pouco do que eu tinha sobrando
dei demais
dei mais do que eu podia oferecer
e agora me deixaram vazia
foram embora como ladrões na noite
carregando todos os meus sentimentos
o pouco que restou a própria vida e suas circunstâncias fizeram o favor de esmigalhar e deixar o vento levar.
só sobrou isso
isso que é a mesma coisa que nada
um esboço de coração
um esboço de alma
eu insisto
eu existo
eu desisto.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Procurando um sentido


Perdi as esperanças de te encontrar.
Perdi até mesmo a vontade de te procurar.
Sentido. Sentindo. A dor.
A única coisa que tenho sentido com frequência.

A pior das dores. A dor na alma. Aquela que te dá um desespero, que te fecha a garganta e te impede de respirar. O desespero por não encontrar uma solução pra toda essa confusão sentimental, não encontrar uma cura pra todas essas feridas.
Feridas que estão expostas, abertas.
Não me importo mais com o exterior, é o meu interior que precisa de uma cirurgia. Precisa ter sentido.
Me diz, meu caro, onde você se esconde?
Eu só preciso de uma resposta, pra saber se vale a pena continuar.
Um sentido. Eu só preciso sentir novamente. Sentir e achar o sentido.
Mas como achar algo se eu mesma estou perdida?


segunda-feira, 26 de maio de 2014

Sobre o bagaço do meu coração

para ouvir enquanto lê:


Tem dias e dias. Hoje é um desses "dias".
Em que meu coração chora e fica em rebuliço, com saudades, com tristeza.
Eu já não sei mais o que fazer com todas essas feridas mal curadas.
Os dias passam e vou arrumando coisas que ajudam a estancar o sangue delas.
Mas tem dias que perco o controle, como hoje, e elas voltam a doer...
E assim eu vou seguindo e me mantendo, com dias e dias.
É difícil, mas eu sei que há algo no fim, que vai me mostrar que valeu a pena.
Enquanto isso sigo fazendo poesias mentais e rascunhos em cadernos...

"Por favor, não ponha um marca-passo
No espaço do meu coração
Substitua o bagaço do meu coração
Tão manso e sem descanso
No seu pulso, no balanço, no bater
Ponha um daqueles potinhos
Com água e açúcar
Em que o beija-flor vem beber..." 
(Potinhos - A Banda Mais Bonita da Cidade)

terça-feira, 8 de abril de 2014

sobre canecas de leite quente, aquela noite fria e saudades...


Trilha:


Naquela noite eu acreditei que tudo ia ficar bem.
Eu entrei na sua casa e tentei acalmar meu coração dizendo a ele que você ia voltar.
Eu fui dormir fazendo minhas orações pra que no dia seguinte você voltasse e tudo ficasse como sempre foi.
O vovô acordou com as minhas crises de tosse durante a madrugada, e me chamou pra tomar uma caneca de leite quente.
Minha alma estava agitada.
Me sentei naquele sofá da cozinha, usando um pijama qualquer, encarei meus pés, calçados num par de meias velhas e puxei minhas pernas pra cima do sofá, e então me senti com 7 anos de idade novamente.
Meu coração se aquietou e se sentiu aquecido como há muito não sentia. Observei o vovô se movendo devagar e meio sonolento pela cozinha preparando meu leite.
Meus olhos se encheram de lágrimas e meu coração se apertou, pensando agora acho que alguma coisa queria me avisar que você não voltaria...
Naquele momento experimentei várias sensações ao mesmo tempo. Nostalgia da minha infância, saudades de ter você, desespero e súplica pra que você ficasse bem e felicidade de poder estar ali com o vovô experimentando aquele momento de ternura e cuidado.
Sentada no sofá aquela noite, vendo o vovô fazer meu leite, fui transportada para imagens das minhas lembranças, que começaram a passar ali mesmo como se fosse diante dos meus olhos. Cenas de uma eu-menina acordando mais cedo que a mamãe, deitada na cama com os ouvidos atentos para ouvir seus passos e seu assovio que era tão comum de ser ouvido assim que a senhora acordava, por que ai eu me sentia autorizada a levantar.
Me vejo saindo sonolenta do quarto e te dando bom dia. Me vejo sentando ao meu lado no mesmo sofá, da mesma forma que estou naquela noite, e aguardando a senhora preparar meu leite.
Uma lágrima cai e um vento frio que entra da janela semi aberta da cozinha me traz de volta ao presente.
Engulo o choro e pego a caneca que o vovô me trouxe. Ele me faz companhia até eu terminar de beber o leite. Dou um abraço e um beijo desejando bons sonhos a ele.
Naquela noite dormi chorando e abraçando seu casaco. 

Você faz falta.

"Talvez um dia eu volte a caçar vagalumes..." (T.S. Spivet - Uma viagem extraordinária)


Post dedicado a Vovó Cida (in memorian)